Janeiro de 2023 foi um mês de fortes emoções...
O país acompanhou boquiaberto os atos inaceitáveis que vandalizaram parte importante da cultura e da história brasileiras. Os danos sofridos pelas obras de arte e pelo mobiliário histórico mantido nas sedes de nossos Poderes Constitucionais são irreparáveis.
No contexto da onda de ataques à arte e cultura, no dia 25 de janeiro, uma obra do artista Gustavo Speridião intitulada “Fora do plano é tudo ilusão” foi vandalizada por uma visitante no Centro Cultural Justiça Federal, onde está exposta junto com outras obras do artista até o dia 12 de fevereiro. A visitante escreveu com caneta a frase “Bíblia Sagrada / Coríntio 13”.
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Tendo conhecimento do fato, fomos preenchidos imediatamente por um sentimento de tristeza e revolta. Fizemos uma reunião emergencial para apurar o acontecido e tomar as medidas práticas cabíveis, incluindo o registro de boletim de ocorrência na delegacia. Executamos o protocolo, mas ficou a pergunta... E agora? O que podemos tirar de aprendizado a partir deste acontecimento?
Um evento que inicialmente foi pensado para promover a arte e a cultura, uma exposição de alto nível com entrada gratuita, de repente vira mais um episódio dentre outros que têm ocorrido no país. Não se trata somente de reforçar a segurança, blindar as obras de arte, fechar a exposição, limitar a entrada de público.
O buraco é mais embaixo, e uma reflexão profunda se faz necessária.
Após decisão conjunta do artista com o Centro Cultural Justiça Federal, optou-se por manter a obra em exposição acrescida de uma intervenção do artista e um texto explicativo. Uma obra que entrou na exposição de uma forma, e sairá de outra. Para além do processo de tristeza de ver sua obra danificada, o artista se reinventou, escolhendo preservar a memória dos tempos esquisitos que estamos vivendo. Caso optasse por restaurar a obra, o fato seria apagado.
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Enquanto as obras de arte forem alvo de ataques como este, a identidade de toda a nação se vê ameaçada.
Torcemos para que situações como esta suscitem uma reflexão sobre este momento e os rumos que queremos tomar como fazedores, produtores e gestores de cultura no Brasil.
Todos somos responsáveis e agentes de mudança.
Diretora Executiva no Centro Cultural Justiça Federal |
Professora na Faculdade FACHA | Sócia da Pfeiffer Cultural
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