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É março!
E março é desde sempre o fim do verão, o que no Rio de Janeiro, que é de janeiro, fevereiro e principalmente março, nem faz tanta diferença. Mas março é março e ainda que os termômetros não nos aliviem logo no início (este fim de semana, confiram, deve bater os 38ºC), ao menos a chegada de março sinaliza que abril vem aí, com seus feriados e a perspectiva de algum frescor em maio, junho, julho.
O Rio é de Janeiro, mas faz aniversário em março. Logo no dia primeiro, que é pra marcar posição. Estácio de Sá não quis esperar muito e, terminado aquele fevereiro, provavelmente escaldante como são os fevereiros por aqui, tratou de fundar a vila. Vai que isso significava alguma coisa? A cidade fundada em fevereiro podia, sei lá, ser quente demais ou excessivamente festiva, o que seria um problema pros reis católicos portugueses (não creio que ele, Estácio, tivesse ideia do que seria o carnaval no futuro…).
Mas março é muito mais que isso. E o terceiro mês do ano andou saindo feio na foto. No purgatório da beleza e do caos em que a nossa Mui Leal e Heróica Cidade se transformou ao longo dos séculos, perdemos dois heróis em dois marços recentes. Mariellle Franco em 2018, brutalmente assassinada - juntamente com o motorista Anderson, que a levava para casa - por personagens que ilustram páginas infelizes da nossa história. Agora, anos depois, aparentemente há nova disposição para se encontrar os mandantes do monstruoso assassinato. E mesmo a apuração não nos devolve a querida personagem, vereadora de mandato comprometido com aqueles que efetivamente precisam da ação do poder público, negligenciados que foram e continuam sendo pela maior parte dos mandatários da Cidade, Estado ou País. Março de 2018 foi março triste e inapagável da memória de nós todos, daqui e de todo canto.
O ano seguinte chegou com o que havia de pior. Trouxe as milícias e os inimigos da vida para o centro do poder. Seus projetos destrutivos passavam pela cultura e pela construção de uma mitologia própria, incapaz de perceber a riqueza da diversidade e da democracia. Apontava para a normatização, para a padronização de comportamentos e práticas, todas antinaturais e disciplinadas por um cânone que despreza o diferente, seja ele negro, indigena, esquimó, oriental ou tenha outra orientação sexual. Religiosos da pior estirpe, talibãs de suas ideias ultrapassadas e irremovíveis. Conservadores mortíferos, bíblia e arma na mesma mão. Descontente com os rumos que vínhamos tomando como sociedade, o Alfredinho nos deixou e foi gerenciar o botequim do céu. E o que foi aquele março?? Nos despedimos do Alfredinho no nosso imenso botequim de 18m² como nos despedimos, no início de 2019, do Brasil que vínhamos tentando construir e que foi subitamente bombardeado por Moros, Bretas e Dallagnóis, até ser finalmente conquistado pelo mais abjeto dentre os abjetos, aquele da fraquejada, aquele do imbroxável, aquele do Vivendas. Perdemos o Alfredo porque ele, saúde já debilitada, não aguentou o tranco desse país a quem ele dedicou tanto, de seu jeito, na intenção da inclusão, do fim do preconceito, da erradicação da pobreza, da universalização da comida, da cultura e da alegria.
É março. E só por muita sorte nossa, antes que houvesse Marielle e o BipBip do Alfredinho como a gente conhece, já havia uma trilha sonora pra esse mês tão especial, tão diferente de tudo e tão igual aos outros também. Esse março que está começando parece um julho antecipado. Trinta e um dias sem nenhum feriadinho... As águas de março que fecham o verão na canção imortal de Mestre Antônio Brasileiro, em 2023 vem lavar de vez, depois da alegria da remoção da maldade do centro das salas do Planalto e do Alvorada, os resquícios que ainda podem restar por aí. Que venham e lavem a sujeira que ainda cobre o caso Marielle, os financiamentos do 08 de janeiro, os sigilos indevidos e covardes, as rachadinhas nunca investigadas devidamente, as fakenews espalhadas ao vento, as ligações nunca realmente reveladas com o submundo sediado na Muzema e no Rio das Pedras, o genocídio Yanomani, os projetos de destruição do arcabouço fiscalizador dos órgãos ambientais, as vinícolas escravistas da Serra Gaúcha.
Vem março. Vem com tudo!
Rio de Janeiro, março de 2023.
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