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Foto do escritorLais Amaral Jr.

Então é Natal! War is Over!




Difícil fugir da temática típica no funil do fim de ano. Natal, essas coisas. Diante da tela branca do laptop me esforço por deletar da mente velhos clichês da ocasião. Repetitivas e gastas mensagens morais, religiosas. Piegas? De repente salta de um dos meus mix de preferidas que o enxerido do Youtube monta a minha revelia, uma canção que invade meu trabalho mental. É Rua Ramalhete, do Tavito (e Ney Azambuja). "Sem querer fui me lembrar / de uma rua e seus ramalhetes". Adoro a sofisticada singeleza dessa música simples. Vai retocando a memória de quem passou dos 60. Estanquei o texto ouvindo a melodia. Chegam os versos de uma pétrea ingenuidade: “Vamos deixar tudo rodar / E o som dos Beatles na vitrola / Será que algum dia eles vêm aí / Cantar as canções que a gente quer ouvir?”

Tavito lançou a canção no finalzinho da década de 70, quando os Beatles já tinham tirado o time de campo há uma década mais ou menos. Mas para a minha geração, a qual certamente o personagem da música também pertence, o sonho ainda não tinha acabado. O verso “Será que algum dia eles vêm aí?”, que para as gerações atuais não diz nada, para nós era um tipo de mantra. Sonhava-se com a vinda dos meninos de Liverpool ao Brasil. “Uma excursão pela América do Sul e passando por aqui”. Mesmo depois do desmantelamento do grupo. “Eles vão se juntar só para excursionar pelo mundo e, numa dessas eles chegam aqui”. Nos apegávamos ao desejo que pesava mais que o real.

Rebobinando o tempo chegamos à encruzilhada do texto. Nova Iguaçu, 8 de dezembro de 1980. O despertador nos acorda naquela manhã de segunda-feira no vozerio da Rádio JB-AM. Ivone, minha companheira trabalhava no Centro do Rio e saia mais cedo. Eu ficava exercitando a preguiça por mais um tempinho. Trabalhava lá mesmo, em Nova Iguaçu. Era um ritual ouvir o noticiário da manhã da JB. Ivone vai tomar banho e eu na cama ouço a escalada das chamadas do noticiário. Quase tenho um treco quando Eliakim Araújo diz: “É assassinado em Nova York o ex-Beatle, John Lennon”. Ivone também ficou atordoada com a notícia que depois, incrédulos e abatidos, ouvimos completa. Começava muito mal a semana, a década. E agora era certo que os Beatles jamais viriam. Uma devastadora resposta à canção do Tavito.

Lennon, fora assassinado a tiros por um fã tresloucado. E logo ele que tinha o FBI nos calcanhares, foi morrer nas mãos de um fã. Dez anos antes gravara Give Peace a Chance contra a guerra do Vietnã e Richard Nixon andava preocupado com sua reeleição. O ex-Beatle fazia oposição ao Presidente e poderia influenciar os jovens de 18 anos que pela primeira vez votariam. Nixon desencavou uma condenação por porte de maconha na Inglaterra e tentou sua deportação. Que acabou não vingando. E Nixon foi reeleito.

Um ano depois ele compôs outra canção de protesto contra a guerra do Vietnã, essa em parceria com Yoko: War Is Over, que acabou se tornando uma das mais célebres e executadas canções de Natal do nosso tempo: So this is Christmas. Então é Natal, canta Simone, por tempos imemoriais. E o hino nunca foi tão atual. Vivemos uma guerra sem fim contra o que há de pior entre as ideologias. Algo apodrecido, que fede a um passado horrendo, contra a vida. O país à deriva, o futuro comprometido, mais de 200 mil novos órfãos. Há um vento fascista tornando o ar irrespirável. Mas espere. Ainda parece haver um tantinho de esperança. Ainda ecoa a canção. Então... é Natal. Fora Bolsonaro!!


“E assim, feliz natal / Para o preto e para o branco

Para amarelos e vermelhos / Vamos parar toda a luta

Um Feliz Natal / E um feliz ano novo

Vamos esperar que seja um bom / Sem qualquer medo” (So this is Christmas – Então é Natal – John Lennon/Yoko Ono)



 

Música





 

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