DIFÍCIL POEMA
- Léo Viana
- 13 de fev. de 2022
- 1 min de leitura

Por que será que não me choca
A fala insana do imbecil
Que saiu tranquilo do covil,
Que a rede fez sair da toca?
Por que será que a cena vil,
O espancamento até a morte,
O assassinato vergonhoso
E que se pretende culposo
Parecem fazer um corte
Que nem é tão doloroso?
Devia ser muito mais
Não fosse o passado recente
De monstro se fingindo gente
Pra multiplicar os ais
E nos tornar indiferentes
Em nome do prazer efêmero
Aos preconceitos diversos
Ser visto pelo universo
Ignorar a dor de cor ou de gênero
Pra ser curtido e ter sucesso
Pobre sociedade infeliz
Que não fez o dever de casa
Que deixou a conversa rasa
Não foi até a raiz
E agora sofre e se arrasa
Com jovens bestas nazistas
De sangue tupiniquim
Mais pra Congo que pra Berlin
Na tal rede narcisista
Com seguidores sem fim
Não conhecem empatia
Não conhecem sofrimento
Nunca ouviram um lamento
Nunca leram poesia
Tem um único tormento
Que é o de desaparecer
Ou deixar de ser notados
Seguidos, idolatrados
Pela preguiça de ler
De quem é influenciado
Por fim, não tenho conselhos
Apenas me vem um alerta
Alguma coisa me desperta
Sei lá, me faz tremer o celho:
Ou isso logo se conserta
Ou breve vamos votar
Na base da democracia
O jeito de morrer do dia
Se o modelo do Reich, com gás, sem ar
Ou como no Congo os belgas faziam...
Rio de Janeiro, fevereiro de 2022
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