DIÁRIOS MARGINAIS: UM ENCONTRO COM LIMA BARRETO E JOÃO DO RIO
A ORÁCULO CIA DE TEATRO, APRESENTA O ESPETÁCULO DIÁRIOS MARGINAIS: UM ENCONTRO COM LIMA BARRETO E JOÃO DO RIO Neste ano a Cia comemora 26 anos e dá continuidade às comemorações de seus 25 anos, desta vez presencialmente, pois na data comemorativa estavam em plena pandemia e o espetáculo só foi visto virtualmente. Desta vez volta presencialmente com a montagem, pelo edital Retomada Cultural RJ 2, apresentando o espetáculo em vários equipamentos culturais. O texto é de Gilson Gomes e Wagner Brandi, que também interpretam os personagens. A direção é de Luiz Furlanetto (em 2001 recebeu o prêmio Shell de Melhor Direção por Transpotting). O espetáculo foi adaptado para longa-metragem, com direção de Oswaldo Lioi. E o trabalho do grupo foi citado no livro ``Bastidores: a história do teatro brasileiro”, de autoria do jornalista e pesquisador teatral Simon Khoury.
Ecute a playlist Música de Pretos, na Spotify. *
Ao criar este encontro fictício e juntar os dois escritores, propomos algo inédito e inovador nos palcos brasileiros, pois, os autores apesar de terem vividos a mesma época, nascido no mesmo ano e morrido um ano após o outro, nunca se encontraram, apenas trocavam “farpas” literárias através de suas obras. O espetáculo mostra os últimos dias de delírio de Lima Barreto, confinado em sua Biblioteca e empenhado em terminar o seu “Cemitério dos vivos”, sua obra inacabada.
Durante seus delírios, Lima terá um encontro com João do Rio, e a partir daí travam um verdadeiro duelo em defesa de suas ideias. A Biblioteca "Limana", nome que Lima Barreto deu carinhosamente a sua biblioteca, é o local onde se passa toda a ação da peça, transformando-se em vários ambientes diante do espectador, que embarca no encontro dos dois autores. Um vídeo-cenário exibe imagens do Rio Antigo, convidando o público a conhecer um pouco mais suas histórias, seus romances, crônicas, jornais e contos. Um encontro que a cada momento os personagens surpreendem o público que se desnudam diante da plateia, como se estivessem na intimidade de seus diários.
O grupo partiu para uma imersão na obra desses dois grandes escritores, tidos como marginais da época, revelando para a plateia várias coincidências que ligam a vida desses dois autores cariocas e suas vidas polêmicas e tão à frente do tempo em que viveram. Gilson Gomes idealizou o projeto a partir de um sonho com os dois autores, e ao contar para Wagner Brandi, que também é fundador do grupo, aceitou imediatamente o desafio: “O que pretendemos com a encenação é mostrar a essência de cada um, e não fazer um espetáculo puramente didático. Afinal, até onde sabemos esse encontro mostrado em cena nunca existiu.
O espetáculo em 2021 esteve em temporada virtual pelo site do Tetro Bibi Ferreira (São Paulo) e também se apresentou pela Lei de Emergência Cultura Aldir Blanc – Fomento a todas as artes, no canal do youtube da Cia, com sucesso de crítica e de público.
Assista ao videoclipe Terra Prometida, de Juliana Wu, assentada do MST e Tuninho Galante.
Começamos a pesquisa para a peça em 2002. Nos treze anos de investigação até a sua estreia, em 2015, para escrever o texto, os autores da peça conversaram com escritores, pesquisadores e estudiosos da obra de Lima e João, e ninguém soube nos dizer de registro de algum encontro entre eles. Então, resolvemos criar esse tête-à-tête fictício sobre dois personagens que se odiavam através de colunas e crônicas de jornal. Depois da morte de João do Rio, Lima Barreto se candidatou à cadeira dele, na Academia Brasileira de Letras, mas é literalmente barrado. A peça mistura textos publicados pelos autores na imprensa e trechos de ficção, pontua semelhanças e os pontos de discórdia entre os dois. A peça funciona como um acerto de contas entre essas duas grandes figuras. Apesar do conflito, Lima e João encontraram a mesma morada final. Estão enterrados no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio. O enterro do João do Rio fez a cidade parar, numa tumba enorme, cheia de pompa. Já o Lima precisou de uma vaquinha dos amigos para ser enterrado no São João Batista, num jazigo simples. Isso mostra a ambiguidade do Lima, um crítico dos abastados, mas que quis ser enterrado num cemitério de ricos. Ele dizia que o cemitério de Inhaúma não tinha ares de repouso eterno, que parecia uma repartição pública” , — conta o ator Gilson Gomes, intérprete de Lima, que assina o roteiro ao lado de Wagner Brandi, na pele de João do Rio.
A montagem estreou no dia 13 de novembro de 2015, no Teatro II, do Sesc Tijuca. Em 2016 foi selecionado no Edital da Funarj, para circulação nos seus equipamentos culturais e se apresentou nos Teatros: Armando Gonzaga e Arthur Azevedo. Participou ainda do projeto Paixão de Ler, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Também foi convidado para integrar a programação do Salão Carioca do Livro, no Píer Mauá, Armazéns 3, na Zona Portuária, do Rio de Janeiro. O espetáculo esteve no 3º Festival de Teatro do Centro Cultural Midrash, se apresentou na Flip 2017, a convite do Coletivo João do Rio, numa mostra paralela. Participou do Circuito Sesi Cultural, Circuito Sesc e no Centro Cultural Parque das Ruínas.
Família Mário Lago musical, em playlist da Spotify. *
Um pouco da história Após a sua fundação, com os atores Gilson Gomes, Neila Tavares e Wagner Brandi, a Oráculo mergulhou num trabalho de pesquisa até se decidir por sua primeira montagem. Em 1996, estreou com ``O Assalto'', de José Vicente, participando do VI Festival Carioca de Novos Talentos, realizado pelo RIOARTE, da qual recebeu a indicação de Melhor Ator (para Gilson Gomes), também concorrendo à categoria Melhor Espetáculo. O grupo ao longo de sua existência vem desenvolvendo o projeto A Literatura sob o Olhar Teatral, que tem como objetivo levar para o palco obras literárias de grande valor, tendo como principal proposta tratar o homem em relação ao mundo em que vive.
A companhia já adaptou para o teatro a peça América, de Franz Kafka (adaptação, concepção e direção de Paulo Afonso de Lima, 1998), com temporada no antigo Museu do Telephone, hoje OI Futuro, e participando do V Festival Veiga de Almeida, no qual recebeu 7 indicações à prêmio. Durante aquele período recebeu convites para o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (Porto) em Portugal.
A Oráculo ainda montou “O Capote”, de Gogol (adaptação, concepção e direção de Paulo Afonso de Lima, 1999); “O Mandarim”, de Eça de Queirós(adaptação de Gilson Gomes e direção de Wagner Brandi, 2001), apresentado no evento internacional Eça entre milênios: pontos de olhar, realizado pelo Instituto Camões de Portugal, onde reuniu outros países;“Uma Lenda Quixotesca”, adaptação de “Dom Quixote” (feita por Gilson Gomes); “Oh, Nelson Rodrigues, Que Adoráveis Criaturas!”, adaptação para o teatro da vida e obra literária de Nelson Rodrigues, realizado no centenário do autor, por Neila Tavares (com direção de Wagner Brandi, 2012); “Riso Invisível” (2013), de Francisco Alves PH, com direção de Wagner Brandi; “Amor por anexins ou Uma Consulta”, adaptação da obra de Artur Azevedo (2015/2016), por Gilson Gomes, com direção de Wagner Brandi, com apresentações pela Secretaria Municipal de Cultura, Bibliotecas Parques, Circuito Sesc e Casa da Gávea. Entre outras.
Release original: ORÁCULO CIA DE TEATRO
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SERVIÇO 11 e 12/11 Centro Cultural Justiça Federal, Centro da Cidade, às 19h 17/11 Teatro Musical Sonora, em Conservatória, às 19h 14/12 Teatro Municipal Trianon, em Campos, 20h Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) Classificação: 14 anos Oráculo Cia de Teatro Gilson Gomes e Wagner Brandi Oráculo Cia de Teatro / WGL Produções e Eventos Ltda
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