CCJF recebe exposição do ministro Sebastião Reis sobre presídios brasileiros e detentas transexuais
A partir do dia 21 de outubro até dia 7 de janeiro de 2024, o Centro Cultural Justiça Federal abrirá as portas para a exposição fotográfica Imagens de Dentro, de Sebastião Reis Junior, ministro do Superior Tribunal de Justiça. A mostra, gratuita, reúne uma seleção criteriosa de 33 imagens do interior de presídios brasileiros e fotos de presas transexuais do Centro de Detenção Provisória Pinheiros II, em São Paulo. A ideia central do trabalho é fazer alusão a dois tipos de interiores: o âmago de cada pessoa retratada nas fotos e o espaço interno dos estabelecimentos penais do país.
Segundo Sebastião Reis, Imagens de Dentro propõe deixar claro que presos são indivíduos como qualquer outro, dotados de sentimentos e que merecem ser tratados com respeito e dignidade. “Ninguém defende a não punição pelos erros cometidos, mas que a punição seja de acordo com os limites legais e proporcionais ao tamanho do erro”, destaca o artista. Além disso, ele lembra que detentos, cedo ou tarde, voltarão ao convívio social. Por isso, para ele, o ideal é que haja condições deles se reintegrarem efetivamente, tendo espaço para trabalho e estudo, sem risco de cometerem novos erros.
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O autor da mostra também levanta a discussão de uma importante questão: a visão, às vezes, equivocada da população sobre como reduzir a criminalidade no país. “O cidadão médio, induzido por informações deturpadas e preconceituosas, acredita que a solução para a redução da criminalidade é a prisão, porém, caso não exista preparo para a reintegração do detento, a única opção para ele será voltar para o crime”, pondera. E completa: “a prisão bruta e indigna como hoje existe empurra o criminoso comum e primário para as organizações criminosas, já que só com o seu apoio terão condições de sobreviver dentro do sistema. Não podemos permitir que isso aconteça”. Quanto à produção e escolha das fotos que irão compor a exposição, o ministro e fotógrafo diz que o processo foi bem difícil. “Foi uma ‘escolha de Sofia’. Precisei