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As efêmeras construções do ódio e as permanentes obras do amor


Exacerbar disputas pelo poder, riquezas, competição, inveja e intolerância levam ao ódio e à destruição. Já a cooperação leva ao respeito, à criatividade e à inovação. O amor sustenta a resiliência.


Mais uma vez, observamos em várias partes do mundo o recrudescimento do ódio. Sunitas e Xiitas se enfrentam no Oriente Médio. Os refugiados destas lutas fratricidas que migram para Europa passam, eles e seus filhos, a enfrentar um duro período de preconceito, marginalização econômica e social por parte da cristandade. Na Europa, neonazistas e fascistas voltam a perseguir judeus cujas chagas do Holocausto ainda estão sangrando. Estes, em Israel, revidam os ataques dos palestinos. Com força duplicada.


Copiando esses e outros maus exemplos, em nossa política interna brasileira temos também um chamado "gabinete do ódio" e discursos de surpreendente agressividade.


 

Um alívio na alma, escutar essa playlist instrumental

 

A que serve tanto ódio? A história brasileira e mundial tem muitos exemplos de tais duas faces das relações humanas: a do ódio que nada deixa, e a da cooperação que cria marcos perenes.


Desde a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, as rotas comerciais para o Oriente - que já haviam levado ao apogeu Veneza e outras cidades italianas - haviam se tornado precárias. Assim, em uma estratégia que levou décadas a ser completada, os portugueses foram dominando a navegação em torno da África, atingindo o Oceano Índico, e, finalmente, os mercados de Índia, Java, Sumatra e China. Lá chegaram, porém, bombardeando e massacrando os muçulmanos, considerados malditos (na visão da época) seguidores de Maomé. Tiveram por lá seu tempo, mas não conseguiram constituir presença sustentável, logo cedendo o lugar a outros povos.


Em 1500, os judeus eram benquistos em Portugal. Além da presença na medicina e em outros setores que lhes eram permitidos, eram muito fortes no comércio internacional e gozavam de um status respeitável na corte portuguesa, onde contribuíam para o início da formação de uma nação comercial.


A tolerância vigente que tanto beneficiava Portugal, se interrompeu quando D. Manuel, "o Venturoso", cedeu às enormes pressões do sogro e da sogra, os reis católicos da Espanha, Fernando e Isabel, para expulsar os judeus. Este casal, após varrer com crueldade os muçulmanos que por lá estavam há 700 anos, empreenderam a sistemática expulsão dos judeus, cujos bens expropriaram.


Consequência: a partir daí, estes povos guerreiros e brigões, portugueses e espanhóis, não especialmente hábeis em técnicas e artes urbanas, entraram em secular declínio econômico, onde as receitas que geravam fruto de suas conquistas coloniais, passavam para a mão dos financiadores na Holanda, Itália ou Alemanha. Hoje, como reparação, a Espanha está concedendo nacionalidade àqueles que comprovadamente tiveram seus antepassados expulsos. Antes tarde - mais de 500 anos depois - do que nunca.


Personagem interessante dessa época é Doña Gracia Nassi Mendes, a primeira banqueira judia, portuguesa de nascimento (1510), que, seguindo a progressão das hostilidades racistas, teve que se mudar para Inglaterra, Holanda, Antuérpia, Itália, até vir a se estabelecer em Constantinopla. O sultão da época, Suleiman, "o Magnífico", sabiamente acolheu todos os judeus que iam sendo expulsos de seus lugares de origem, e muitos cristãos atraídos por sua proteção às artes.


D. Gracia recebeu terras na Palestina e outras lá adquiriu. Promoveu naquele longínquo século XVI os primeiros assentamentos de judeus em sua terra prometida. Ela também patrocinou a edição, em Ferrara, da primeira bíblia em ladino, a língua de judeus sefarditas, submetidos a esta diáspora.


Outro personagem, Fernão de Loroña, também um cristão-novo, judeu convertido e português naturalizado - caído nas boas graças de D. Manuel pelos empréstimos e créditos que concedeu ao Rei, tem seu nome imortalizado no Arquipélago Fernando de Noronha. No entender de Eduardo Bueno, nosso maior divulgador da história, foi o primeiro dono do Brasil. Em 1501, recebeu o monopólio da exploração do pau-brasil, privilégio que deteve por 9 anos e que bons resultados lhe deu, apesar da pirataria desenfreada em nossas costas.


São dois episódios da história que mostram que a tolerância entre judeus, cristãos e muçulmanos, herdeiros em comum da tradição semítica e helênica, pode se efetuar com proveito para todos, sem disputas intermináveis, que mancham a humanidade. Quem somos nós, todavia, para fazer este tipo de reflexão sobre temas mundiais, quando vemos em nosso próprio país a versão moderna dos "galinhas verdes" integralistas de um lado e a turma da mortadela embandeirada de vermelho do outro, se digladiarem e babarem de ódio em torno de temas sobre os quais são ignorantes ou mal-informados? Não aprendemos nada, pelo visto.


Teremos oportunidade, em breve, nas eleições, de reafirmar os mais altos valores humanísticos e do amor ao semelhante que nos caracterizam como povo. Precisamos superar disputas e ódios e estarmos abertos a uma política imigratória de acolhimento generosa. Precisamos valorizar os descendentes dos ancestrais habitantes da nossa terra e dos africanos que para aqui vieram escravizados. É com todos esses brasileiros, gente de todas as procedências e diversidade, que podemos ter a esperança de construir a grande civilização nos trópicos que o mundo aguarda.


José Luiz Alquéres

Membro honorário do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro


 

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