Arte Bizantina, parte 2
Grécia
A igreja cruciforme coberta com cúpula é a mais comum na Grécia a partir do séc. X, sendo preponderantes na Ática, Beócia, Tessália, Épiro, Peloponeso, Argólida e Arcádia.
Em Atenas há algumas igrejas com pilares, refletindo uma certa tendência arcaizante da “escola grega”. (S. Teodoro).
As igrejas em que a cúpula se apóia em colunas surgem pela primeira vez nas grandes cidades ou nas fundações imperiais.
Em Atenas as mais belas igrejas de 4 colunas são a do mosteiro de Kaisariani (séc.XII) e a pequena Panagia Gorgopiko.
No seu interior, as igrejas gregas apresentam certas diferenças em relação aos seus modelos de Constantinopla e o mesmo acontece com o exterior, denotando uma sobrevivência de tradições da Grécia Antiga (blocos de mármore, muitas vezes despojos de edifícios clássicos).
A querela dos iconoclastas e o renascimento pictórico do período bizantino médio.
A querela dos iconoclastas (725-843) afetou profundamente a pintura bizantina.
Durante o concílio iconoclasta de 753, seus participantes declararam que a arte que admitisse a representação de figuras sagradas constituía um verdadeiro sacrilégio contra a Encarnação do Verbo. Soberania o ponto de vista cristológico, a disputa se centralizava na separação das 2 naturezas do Filho de Deus, as quais para os ortodoxos eram inconfundíveis e indissolúveis.-diziam que quem pintasse a imagem de Cristo incorria no erro do monofisismo- pretendendo representar a natureza divina, que é indescritível e irreproduzível – ou na heresia nestoriana, dando a Cristo o aspecto unicamente humano.
Em 843 a imperatriz Teodora pôs fim à questão, restaurando solenemente as imagens. A cerimônia oficial consagrou a vitória do dogma ortodoxo sobre o monofisismo oriental.
Assim como a expansão das idéias iconoclastas fora favorecida pela influência islamita nas províncias orientais – a decadência do califado e o ressurgimento do poderio de Bizâncio contribuíram, de maneira decisiva, para a derrota da heresia oriental.
A aparição duma arte profana oficial e a revitalização da pintura paleocristã foram fatores determinantes dum movimento que libertou a arte bizantina do marasmo em que havia caído por causa da luta dos iconoclastas.
Os mosaicos monumentais e os programas decorativos.
A pintura monumental posterior ao período iconoclasta caracteriza-se pelo seu sistema decorativo concebido segundo os princípios duma hierarquia dogmática rigorosa e imutável.
Os únicos exemplares da pintura monumental do período bizantino médio são três programas decorativos em igrejas da província: o Catholicon de Hosios Lukas (início séc.XI),a Nea Moni de Quios (cerca de 1056) e a igreja monástica de Dafne (fins sécXI). Essas 3 igrejas têm em comum a aplicação duma ordem hierárquica semelhante: na cúpula central, a grande figura do Cristo Pantocrátor, rodeada pelos anjos e profetas, nas paredes das absides menores ou dos deambulatórios, a representação das grandes festas litúrgicas; na abside principal, a imagem da Virgem no nártex, uma série decenas do Novo Testamento; além de muitos santos, mártires, anacoretas, ascetas e monges que povoam as abóbadas, as paredes e os pilares da nave principal, das absides e dos nártices laterais.
A figura do Pantocrátor exprime a soberania cósmica de Cristo.É o Pai e o Filho na mesma pessoa, numa consubstancialidade ideal. O princípio supremo que estabelece a subordinação do Cosmos à soberania de Cristo alcança o seu maior grau de expressão no Pantocrátor . Daí este ocupar na decoração um lugar de relevo: a cúpula . As feições do Cristo representado em Dafne acusam certa semelhança com o Zeus de Otricoli. Um poder ilimitado e uma “onipresença soberana” caracterizam essa figura, verdadeira projeção da autocracia bizantina na esfera do divino. Que se trata duma expressão do poder imperial mudada para essa esfera suprema prova-o a presença dos arcanjos vestidos à moda da corte e usando os atributos do poder imperial.
Período tardio (Paleólogos)
Quando em 1204 os latinos conquistaram Constantinopla – que ocupariam até 1261 – e impuseram o seu domínio na Grécia, na Palestina, na Síria e na Ásia Menor, o Império do Oriente foi sacudido por fundos abalos políticos, sociais e religiosos. Os cruzados, que se tinham aliado a Bizâncio para lutar contra o Islã, se apoderaram de Constantinopla, saqueando-a e incendiando-a.
Este novo renascimento distingue-se do macedônio pelo fato de não se tratar duma manifestação palatina, mas dum movimento provocado por uma verdadeira catástrofe nacional, que afetou a marcha da história do Império.
Devido a tão dramáticas circunstâncias, o renascimento dos Paleólogos recorda mais o renascimento ocidental do que o macedônico.
Devido à ocupação dos cruzados em várias partes do Império; não é de espantar, portanto, que a arte dos Paleólogos acusa em determinados aspectos a influência do Ocidente.
A arquitetura
Poucos são os edifícios deste último período bizantino que se conservam na que foi a capital do Império, mas todos eles se distinguem pela dissolução policroma das paredes exteriores e pela alongada esbelteza de suas proporções. Temos, por exemplo, a fachada do Palácio de Tekfur e o nártex da igreja de São Teodoro.. Pode-se afirmar, quase com certeza, que a decoração cromática do exterior, destinada em Tekfur a despojar as paredes do seu caráter tectônico, se aplicou também aos edifícios religiosos: um na capela do chamado serralho de Bogdan e outro no nártex exterior da igreja de São Teodoro.
Pintura monumental
O renascimento Paleólogo está ligado à criação de toda uma série de pinturas monumentais. Entre as mais importantes, citamos os mosaicos da igreja de Chora de Constantinopla e os afrescos que se conservam em várias igrejas de Mistra. Nesses mosaicos, nota-se já uma certa preocupação com a profundidade, lembrando a pintura pompeiana e paleocristã; denotando uma certa observação da natureza. Isso pode ser considerado como influência da arte gótica ocidental. A arte bizantina do período médio tinha o propósito de criar uma impressão de movimento, mas só quando necessário, porque todas as outras representações ficavam submetidas à estreita regra da imobilidade hierática. Uma exceção seria a igreja de Chora, onde algumas cenas que outrora se concebiam de acordo com um hieratismo rigoroso foram pintados com um singular vigor. Dum modo geral, tais inovações não surgem senão de forma moderada: Todas as cenas se destacam num fundo de ouro, como se se desenrolassem nos limites do nosso mundo, iluminadas pelo incomensurável do espaço sobrenatural.
Artes aplicadas
Ao contrário das do Ocidente, as obras de arte aplicada de Bizâncio revelam uma grande qualidade artística e se distinguem pelo notável acabamento. Por outro lado, são testemunhas dum conservantismo que persiste tenazmente por todo o período medieval.
De modo geral, a tendência para as superfícies lisas, a rejeição de obras que apresentem uma certa plasticidade, a dissolução do volume por meios ópticos e sobretudo a preferência pelos efeitos puramente cromáticos assinalam um regresso à arte paleocristã. Por outro lado, temos a acentuação do vistoso e a suntuosidade das obras, cuja origem se poderá descobrir no fausto da corte bizantina. Procuram o emprego de materiais nobres: a Pala d’Oro (Catedral de São Marcos – Veneza). O marfim também foi muito utilizado.
( continua...)
BIBLIOGRAFIA
- Bizâncio – Wladimir Sas-Zaloziecky; trad. De Maria Ondina. Editorial Verbo, Lisboa – Portugal.
- The Icon – Vários Autores . Alfred Knopf, Nova Iorque- EUA –1982.
- Russian Icons – Konrad Onash. Phaidon, Oxford – Reino Unido.
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