top of page

A Menina e as Constelações



ESTRELA, MINHA ESTRELA

PRIMEIRA ESTRELA QUE VEJO

ESTRELA QUE BRILHA NA NOITE

REALIZA O MEU DESEJO


As estrelas sempre fascinaram aquela menina, bem antes de qualquer lembrança.


Porque no céu da cidade dela, elas, as estrelas, pareciam transbordar por todos os lados, num turbilhão de luzes encantadoras e emoções sem fim.


Brincou com bonecas.

Pulou amarelinha.

Sangrou pela primeira vez.

Talvez até tenha tido suores de um amor adolescente.


Mas o brilho distante nunca deixou de instigar sua imaginação de criança.


De onde vinham?

Onde estavam?

Que mistérios guardavam?

Seriam, como ela, também crianças, brincando no véu da noite?

Haveria um jeito de conectá-las?


Aos poucos, a menina foi conhecendo alguns nomes (tão bonitos) daquelas suas amigas e sentindo cada vez mais que era uma delas.


Sirius, Canopus, Alpha Centauri, Vega, Aldebaran, Antares, Pólux, Polaris,...


Bellatrix (que lindeza), também chamada Bayer Gamma Orionis.

Bellatrix que ela aprendeu significar guerreira, em latim.


Anãs brancas e marrons, gigantes vermelhas, supergigantes azuis.


Estrelas cadentes, candentes.


Sem nunca esquecer a Dalva, que a menina bem sabia não ser uma estrela, mas por quem nutria um carinho especial.


(Pena que o Sol não pudesse viajar à noite, como suas irmãs).


De tanto conhecê-las, as estrelas, um dia ela caiu nos braços das constelações e o Universo se abriu de vez, com todos os seus misteriosos desígnios.


Andrômeda, a princesa etíope oferecida em sacrifício a um monstro marinho e salva por Perseu.


Cassiopeia, que se gabou de ser mais bela que as Nereidas, filhas do deus Nereu.


Orion, o caçador de gigantes, uma das mais visíveis no céu.


Lira, que eterniza nos céus a trágica história de amor entre Eurídice e Orpheu.


Cruzeiro do Sul, Ursa Maior, Ursa Menor, Cão Maior, Cão Menor, Pégaso, Fênix.


Tantas, tantas, que só com a eternidade a seu alcance a menina poderia conhecê-las todas.


"Isso", pensou, "meu destino só pode ser a eternidade, pois eu tenho um encontro marcado com as constelações".


A partir de então, ela nunca mais viu a luz do dia.


Dormia pouco antes do amanhecer e despertava sempre a tempo de ver a noite começando a exibir os seus encantos.


Daí, sentava-se na mesma pedra, de onde podia ver o infinito possível.


E os dias foram se somando aos meses e os meses foram se somando aos anos.


Seu olhar só tendo olhares para os confins.


Até que desapareceu.


Sem aviso.

Sem explicação.


Deixando naquela cidade dela a certeza de que chegara, enfim, o momento do encontro da menina com suas constelações.



Até a próxima esquina

 

Música



Gisa Nogueira, uma grande artista!




Cedro Rosa Digital cria Plataforma mundial de Música, em 10 idiomas,

para gerir direitos autorais e licenciar músicas, em parceria com grandes players mundiais.

Conheça mais de 3 mil músicas certificadas.


Veja como participar aqui.

Comments


+ Confira também

destaques

Essa Semana

bottom of page