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A Hora e a Vez do “Faz Sentido Pra Você?”

Foto do escritor:   Marcio Ferreira Marcio Ferreira


De tempos em tempos, uma nova expressão surge e toma conta do nosso vocabulário. Não importa se estamos numa reunião de negócios, numa conversa informal no bar da esquina ou rolando o feed das redes sociais, lá está ela, repetida até o ponto de parecer inevitável. A bola da vez, a expressão que anda pairando por aí, é: “Faz sentido pra você?”.


Mas como chegamos aqui? Como esse simples questionamento passou a ser tão onipresente? Será que faz tanto sentido assim?


Vivemos numa era em que as palavras, quando adotadas, ganham força e se espalham com uma velocidade impressionante. No início, há um uso que parece adequado, quase inocente, mas logo as expressões são catapultadas para o exagero, usadas em qualquer situação, seja ela apropriada ou não. “Faz sentido pra você?” se tornou o novo bordão universal, como tantas outras antes dela. Abre-se aqui o parêntese para lembrar de expressões que já dominaram as conversas: quem não se lembra do famoso “Empoderar” no auge dos movimentos sociais, ou do “Resiliência”, que veio da física direto para as palestras de autoajuda? Não podemos esquecer da “Lacração”, que nasceu no Pajubá, linguagem da comunidade LGBTQIAPN+, e hoje está nos comentários das redes sociais, sempre que alguém quer mostrar que brilhou.


A questão com essas expressões não é sua origem, mas o seu uso desenfreado, o encaixe forçado em qualquer situação. É o que está acontecendo agora com o “Faz sentido pra você?”. No início, parecia ser uma forma elegante de incluir o outro na conversa, quase uma maneira de democratizar o diálogo. “Eu falo, mas quero saber sua opinião”, parecia dizer quem o usava. Só que, aos poucos, ele foi sendo absorvido por outros ambientes, especialmente pelo mundo corporativo e pelos coaches — aqueles, sempre prontos a transformar um conceito em regra de ouro.


E assim o “Faz sentido pra você?” se espalhou. Hoje, a frase é dita por todo tipo de pessoa, de executivos em reuniões a influenciadores digitais em vídeos. No entanto, o que poderia ser uma oportunidade para estimular o pensamento crítico ou a colaboração, muitas vezes, soa como um selo de validação automática de uma ideia já preestabelecida. O questionamento, que deveria abrir uma porta para o diálogo, vira uma espécie de muleta para reforçar um argumento que já está pronto, esperando apenas que o outro concorde. Faz sentido pra você? Claro que faz, afinal, já está tudo decidido, não é?


Essas expressões, com seu charme temporário, acabam revelando muito sobre nós. Elas são como espelhos de nossos tempos, de nossas ansiedades e de nossas buscas por conexão. Num mundo onde ser ouvido e ser compreendido é cada vez mais difícil, elas surgem como tentativas — nem sempre bem-sucedidas — de nos aproximar. E, enquanto isso, vão sendo propagadas, usadas e desgastadas.


No final das contas, o que importa não é apenas se o “Faz sentido pra você?” vai continuar por muito tempo ou se será substituído por outra expressão igualmente poderosa, mas sim o que estamos realmente dizendo por trás dessas palavras. A era das frases de efeito pode passar, mas a vontade de encontrar sentido nas nossas interações, essa, não passa tão facilmente.


E aí? Faz sentido pra você?


Márcio Ferreira, jornalista, doutorando e mestre em sociologia pelo Iuperj, assessor político, sócio da Brotar Comunicação que ainda tenta saber se alguma coisa faz sentido

 

A cultura e a economia criativa têm um enorme potencial para transformar comunidades pobres e países periféricos. Elas oferecem oportunidades de inclusão social, geração de renda e fortalecimento da identidade cultural local. Atividades criativas, como música, audiovisual, artesanato e gastronomia, não apenas estimulam a criatividade, mas também criam redes produtivas capazes de movimentar a economia regional, promovendo o desenvolvimento sustentável.



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