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2 mulheres de Portugal


Maria Lamas_reprodução

Em Janeiro desse ano fui a Lisboa e trouxe de volta na bagagem o encantamento pelas exposições que tive a chance de visitar.  Não procurei por nenhuma delas, cada uma veio a mim por acaso, uma indicação, um algoritmo do Instagram, uma conversa casual.  Em comum foi que eram de artistas mulheres, portuguesas, figuras femininas importantes no cenário cultural, intelectual e artístico do país.

 

Foi parada no trânsito em frente ao (museu) Gulbenkian que meu amigo chamou a atenção do outdoor que dizia “as mulheres de Maria Lamas”. 


“Maria Lamas (1893–1983), jornalista e escritora, pedagoga e investigadora, tradutora, lutadora pelos direitos humanos e cívicos em tempos de ditadura, foi porventura a mais notável mulher portuguesa no século XX” – diz o site da exposição. Quero ver essas fotos e conhecer essa artista, pensei.  Porque a Arte pode também ser isso: apresentar pensamentos, história, acontecimentos, pessoas com um jeito único de ver e viver, e isso pode ser muito inspirador. 


Maria Lamas foi fotógrafa de mão, olho e sensibilidades cheios! E expõe a realidade dura de mulheres do norte de Portugal dos anos 20, trabalhadoras do campo de um país que vivia essencialmente do cultivo agrícola.  Mulheres da colheita do centeio e da produção do vinho, da pesca e do cultivo dos arrozais.


“Sem limite de trabalho ou escolha de tarefa”, traziam cestas na cabeça e batatas nos bolsos dos aventais.  Ali conheci um pouco mais desse povo, seus costumes, vestimentas: em trabalhos mais leves, com roupas mais alegres, mais pesados, escuras e lenço na cabeça.  Mulheres que também criam os filhos sozinhas, andam descalças longos quilômetros para venda de sardinhas em aldeias vizinhas isoladas.   Trabalho que aqui no Brasil, normalmente seria feito indígenas, negros e mulatos, uma reflexão de realidades.  Lá são brancas de traços e narizes finos, olhos claros, europeias.  São 67 fotos de tamanho reduzido (8 x 6cm e 14 x 18cm) que nos transporta no tempo e no espaço, trazendo uma oportunidade única de conhecer mais e compreender melhor a história desse país.

 


Paula Rego_reprodução

Depois veio a Paula Rego (nasceu em 1935, faleceu em 2022), um acervo permanente na Casa das Histórias, uma construção diferente e bonita assinada por um importante arquiteto português, numa versão contemporânea das típicas casas históricas de Cascais.   Paula é uma artista de enorme importância no cenário das Artes português, talvez a mais influente e reconhecida ao longo do século XX.  Nasceu em Lisboa mas morou também na Inglaterra, onde casou e teve filhos.  Produziu muito, sempre com identidade própria, única, caricata, surrealista-realista, irônica, utilizando muitas técnicas, do giz de cera, tinta acrílica, aquarela, bordados, litografia, às gravuras, parece que tinha interesse por todas as técnicas que permitisse que ela se expressasse.   


Desenhou com maestria cenas e realidades, registros e críticas políticas, sociais, e também suas interpretações de histórias clássicas e contos de fadas, como Peter Pan, Branca de Neve e outros.  Tem uma sensibilidade para registrar os detalhes de gestos, um olhar malicioso ou cúmplice, uma figura desvairada, louca, um registro de alegria ou luxuria.  Mas sempre num aparente tom natural, desenhos precisos, com uma grande capacidade técnica de trazer solução para cor, luz, conteúdo, emoção.  Fiquei muito feliz de ter conhecido mais produções dessa artista de quem sempre ouvi tanto, pelos portugueses, e me encantar com o talento e diversidade dela.

 

Foi uma temporada especial, voltei maior !

 

 

Maria Lamas – até 28/05 no museu Calouste Gulbenkian

Paula Rego – Casa das historias, exposição permanente

 

 

Paola Belfort morou no Porto, convive em Lisboa com portugueses que moraram no Brasil e volta regularmente a Portugal para comer pasteis de nata, bacalhaus e tomar vinhos locais.


 

 Desenvolvimento Humano e Equidade Impulsionados pela Economia Criativa



No cruzamento entre economia criativa, tecnologia e expressões culturais populares, emerge uma força transformadora capaz de promover o desenvolvimento humano, equidade e geração de renda e emprego.


Um exemplo vívido dessa convergência é a Cedro Rosa Digital , concebida e liderada pelo produtor e músico Tuninho Galante.



A Cedro Rosa Digital desempenha um papel-chave na ampliação do cenário da música independente. Ao oferecer certificação de obras e gravações, a plataforma garante aos artistas uma base sólida de proteção de direitos autorais, elemento vital para o crescimento e sustentabilidade da indústria musical independente.



A simplificação do processo de distribuição promovida pela Cedro Rosa Digital abre caminho para que músicos independentes atinjam públicos mais diversificados e amplos. Esse acesso expandido não apenas fortalece o mercado da música independente, mas também contribui diretamente para a geração de emprego e renda neste setor vibrante e em constante evolução.

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